Economia

Após uma década em queda, construção volta a subir

13 jun 2017 00:00

Turismo, conjuntura económica do País e confiança são alguns dos factores que, para os empresários, têm contribuído positivamente para a retoma do sector.

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Em 2001 foram construídas mais de 114 mil casas. Até 2014 o sector da construção esteve em queda, tendo sido construídos, nesse ano, 6.785 fogos. A partir de 2015 começaram a notar-se algumas melhorias: foram colocadas no mercado mais de oito mil casas e em 2016 mais de 11 mil, representando assim um aumento de 38%.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelados pelo jornal Expresso, já em 2017, foram construídos 1.209 fogos no mês de Janeiro e em Fevereiro outros 919. A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) estima assim que nos dois primeiros meses deste ano o sector cresceu 49% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em Leiria, os resultados são semelhantes. Paulo Santos, presidente da direcção da ARICOP – Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria, afirma que houve um “abrandamento” no sector desde 2001.

“O comportamento das transacções de cimentos da própria associação reflecte essa realidade. Se na década de 90 existiram oscilações anuais em ambos os sentidos, na realidade, desde 2001 a curva apresentou sempre uma evolução descendente.” Já em 2016, adianta o responsável, verificou-se “uma clara inversão dessa tendência”.

Na Monterg Construções, empresa sediada em Leiria, também se tem registado um crescimento desde 2016. O administrador António Pinto avança que “os resultados do primeiro quadrimestre de 2017 apresentam uma subida do volume de negócios e de resultados”. Neste momento, adianta, está “em carteira um volume de negócio de 6,5 milhões de euros”.

Carlos Batista, administrador da Tecnorém – Engenharia e Construções, em Ourém, adianta que se sentiu um “forte abrandamento da actividade no segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016”.

Já no último trimestre do ano passado, a empresa registou “uma retoma assinalável” que teve “seguimento reforçado” durante este ano. Em Abril, a Tecnorém duplicou “o volume de negócios”.

Paulo Santos, da ARICOP, afirma que o factor que mais tem contribuído para o crescimento do negócio é o turismo.“A extraordinária dinâmica que a procura do turismo tem conferido ao sector em cidades como Lisboa e Porto será por certo determinante, tal como uma maior abertura da banca para a concessão e crédito à habitação.”

A Monterg, que frisa também a importância do turismo, aponta ainda outros factores como o “crescimento da economia, confiança e medidas de descriminação positiva que alguns municípios adoptaram para a reabilitação urbana”.

Carlos Batista, da Tecnorém, fala em “factores externos e internos”. Além da “conjuntura económica do País”, o engenheiro afirma que a empresa tem “uma estrutura profissional preparada para responder a todo o tipo de empreitadas e empresas subsidiárias” que lhes permite “aproveitar e potenciar sinergias”

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