Opinião

Política ou politiquice?

8 dez 2017 00:00

Kissinger defende que o Pacto foi assinado com segundas intenções e que logo começaram os subscritores, começando pela França, passando pela Inglaterra e culminando nos Estados Unidos, a adulterá-lo.

Meu Caro Zé,
Acabei de ler cuidadosamente o livro Diplomacia, de Henry Kissinger, editado há cerca de 20 anos pela Gradiva, do nosso comum amigo Guilherme Valente, a quem muito devem a cultura e a ciência portuguesas.

Comprei o livro quase nessa altura e só agora tive a curiosidade e a coragem de o ler, estando ainda a guardar apontamentos de páginas que na altura assinalei. Creio que a leitura do livro lembrará o Vinho do Porto, isto é, lê-se melhor com a passagem dos anos, colocando-nos perante algumas situacções de que já nos esquecêramos e que a esta distância são vistas com outra luz.

O livro ajuda-nos a perceber o Brexit, sendo, neste contexto, curiosa e liminar uma frase de Kissinger, mesmo no fim do livro (pág. 730): “Num mundo interdependente será difícil para a América praticar o isolamento total da Grã-Bretanha.”

Mas isso é apenas um eflúvio de toda a avaliação do comportamento histórico da Inglaterra e não é o tema que hoje me leva a escrever-te. Ficarei antes pela formação da defunta Sociedade das Nações, sob a égide do Presidente dos EUA, Wilson, embora a ideia lhe tenha sido “assoprada” pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros inglês Edward Gray, constituída através do Pacto de Paris (1928), mais conhecida por Pacto Kellogg- Briand.
 

Kissinger defende que o Pacto foi assinado com segundas intenções e que logo começaram os subscritores, começando pela França, passando pela Inglaterra e culminando nos Estados Unidos, a adulterá-lo. Kellog, Secretário de Estado americano, respondendo perante a Comissão de Relações Externas do Senado (cito Kissinger), afirmou que “os EUA não tinham obrigação, segundo o Pacto, de ajudar as vítimas

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