Opinião

11 de Dezembro - Greve Geral

5 dez 2025 16:26

A maioria de nós sabe que a proposta indecente do “novo” pacote laboral é um ataque começado nos tempos da troika que se pretende agora finalizar

A próxima Greve Geral será uma das mais importantes para a luta dos trabalhadores portugueses.  O Governo e seus associados bem nos querem manter entretidos com burcas, feministas, imigrantes e “insegurança”, mas há uma força que não nos deixa perder o foco: a força da realidade. Que nos lembra a cada ida ao supermercado que sobra sempre mês para o ordenado de miséria que ganhamos; que não nos deixa ter tempo para estar com a família, porque tem de se trabalhar aos sábados, domingos, feriados, e para além das 40 horas semanais; que não nos deixa esquecer quem tem sempre a faca e o queijo na mão, especialmente quando não há contrato.

Podem vir com palavras caras como flexibilidade, competitividade ou produtividade. Podem vir acusar os trabalhadores de estarem demasiado confortáveis com esta lei “rígida” (a lata desta gente!). Podem até conseguir, com intimidação e desinformação, dissuadir alguns de nós de lutarem pelos seus direitos. Mas a maioria dos trabalhadores sabe que ganha mal, que descansa pouco, que não tem tempo para as alegrias da vida.

A maioria de nós sabe que a proposta indecente do “novo” pacote laboral é um ataque começado nos tempos da troika que se pretende agora finalizar. E tal como na altura nos organizámos e lutámos, também agora iremos impedir que se desfira o último golpe contra os nossos direitos. 

É preciso ser muito retrógrado para ainda achar que o que faz uma economia moderna e eficiente é poder despedir mais facilmente e manter os trabalhadores na corda bamba da pobreza e da precariedade. Ao contrário do que estes carrascos do capitalismo nos querem fazer acreditar, os países mais prósperos e produtivos (leia-se os lugares onde a maioria das pessoas vive bem) são os que têm leis laborais protectoras dos trabalhadores e onde existem as taxas mais altas de sindicalização. 

É por isso que, tal como noutros momentos decisivos da história, é preciso voltar a demonstrar com a força da greve que os trabalhadores - quem produz riqueza - são necessários, essenciais, imprescindíveis, e merecem ser respeitados e valorizados. Dia 11 todos temos de ter a coragem para parar, para que o país avance!