Sociedade

Vereadores do PS rompem acordo com independentes na Câmara de Peniche

21 jul 2023 18:30

Grupo de independentes que governa o município, presidido por Henrique Bertino, perde maioria. Socialistas justificam decisão com o facto de terem visões e prioridades diferentes para o concelho

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Câmara de Peniche é presidida por grupo de independentes
Ricardo Graça
Redacção/Agência Lusa

Os vereadores do PS na Câmara de Peniche romperam o acordo pós-eleitoral feito com o grupo de independentes que preside ao município. Segundo foi revelado esta sexta-feira, em reunião de executivo, os eleitos socialistas deixam de estar a tempo inteiro e de ter pelouros a partir do dia 3 de Agosto

“Esta renúncia aos pelouros não tem nada a ver com rupturas pessoais ou qualquer questão relativa ao carácter de alguém. Não existe qualquer tipo de animosidade para com o presidente ou o vice-presidente”, justificou Ângelo Marques, vereador e presidente da comissão política concelhia do PS.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, os socialistas justificam a decisão com "motivos que se prendem com visões diferenciadas do território, metodologias e prioridades que não se coadunam com a estratégia definida pelo programa eleitoral do Partido Socialista" e que consideram "essenciais para o desenvolvimento do concelho”.

Naquela nota, os eleitos do PS recordam ainda que, no início do mandato autárquico, decidiram aceitar pelouros atribuídos e propostos pelo presidente da câmara “com o sentido de responsabilidade e determinação com o objectivo de ir ao encontro dos anseios e preocupações da população”.

O independente Henrique Bertino disse na reunião de executivo que “não está desanimado” por perder a maioria na câmara, alcançada com o acordo estabelecido com o PS, e que “vai fazer o que tem de fazer na casa sem partilhar pelouros”.

Na reunião de câmara, Clara Abrantes (CDU) acusou o independente Henrique Bertino de querer ter uma “gestão pouco participada”, ter “câmara sem visão estratégica” e de ter “um barco à deriva”, dando exemplos de obras por concluir “não por culpa da oposição”, como a requalificação da Nau dos Corvos e do Forte da Consolação ou a construção da biblioteca e centro cívico de Peniche.

Pelo PSD, Filipe Sales fez também uma avaliação negativa do mandato, acrescentando que tem sentido da população uma “grande contestação ao modelo de governação seguido”, mas garantiu que os vereadores sociais-democratas vão “continuar a exercer as suas funções com responsabilidade”.

O presidente independente admitiu dificuldades, mas afirmou não sentir "que o barco esteja à deriva”.