Economia

Velcro, agência de Alcobaça, celebra duas décadas com novas instalações

29 dez 2025 08:00

Orgulhosamente “pequena”, esta agência sediada em Alcobaça tem conquistado grandes clientes de todo o País e do mercado internacional

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Ricardo Graça
Daniela Franco Sousa

Sediada em Alcobaça, a Velcro é uma empresa que celebra este ano duas décadas de actividade. Mantém-se dinâmica, como desde o início, e desta feita, com instalações novas no Parque de Negócios de Alcobaça. No entanto, apesar do crescimento do negócio, a gerência orgulha-se de continuar a ter uma equipa pequena, flexível, que garante trabalhos de qualidade a nível nacional e no exterior.

Bruno Rego, um dos fundadores da Velcro, explica que esta nasceu como agência de design, muito colada ao universo da música, na época com a banda The Gift. “Durante alguns anos, nos primeiros cinco, o foco do negócio foi o universo da música, com algumas parcerias muito importantes com Universal, com a EMI e, de certa forma, demos vida a muitos álbuns e a muitos artistas.”

Daí em diante, recorda Bruno, “a Velcro começou a crescer enquanto agência, um bocadinho mais multidisciplinar, além de criativa, também tecnológica, com o desenvolvimento de soluções direccionadas para a web”, prossegue o fundador. “E já com esse fim, de abrir um pouco mais, estivemos muito próximos a todo o universo mais cultural, ligados a teatros e a alguns actores portugueses também.”

Por necessidade, dada a queda do investimento na área da música, queda do investimento na área da cultura em Portugal, a Velcro acabou por prestar serviço à indústria, afirmando-se como agência multidisciplinar, como “agência 360”, com resposta em criatividade, em desenvolvimento, em tudo o que tinha a ver com o universo das redes sociais e do digital, conta Bruno Rego.

“Até que, há cerca de 4 anos, decidimos apostar muito na área tecnológica. Se bem que continuamos a oferecer todo o tipo de serviços, criatividade, estratégia, social, mas cada vez mais focados na área tecnológica. E, hoje em dia, em tudo o que é desenvolvimento IA.” Ao longo de duas décadas, a Velcro foi somando um grupo de grandes clientes, entre os quais a RTP. “Nós temos aqui uma dupla vertente.

A Velcro, hoje em dia, é considerada um backend de outras agências. Ou seja,nós somos muito a equipa de desenvolvimento de muitas agências internacionais. Isso ajuda-nos, de certa forma, também a estar próximo de alguns grandes clientes e de alguns grandes projectos. Depois temos os nossos próprios projectos, como é o caso da RTP, RTP Notícias, a RTP Play, etc.”, contextualiza o empresário.

“Na época da Covid-19, estivemos muito associados ao projecto que permitiu à maior parte dos alunos estar em casa. Portanto, é um projecto que, para nós, tem um carinho especial. Porque, efectivamente, lançámos em conjunto toda esta identidade digital da RTP. Ainda hoje continuamos a fazê -lo.” “E temos outras marcas, a Aziz Travel, que é uma agência com um posicionamento muito importante no panorama do turismo nacional, e com eles trabalhamos não o frontend deles, mas trabalhamos o backend. Ou seja, a Velcro também tem aqui uma vertente muito próxima de tudo o que é desenvolvimento de projectos personalizados, muito específicos, que ajudam as empresas a optimizar os seus serviços, a optimizar o seu tempo, muitas vezes mais como ferramentas de apoio diário e menos de promoção ou de exposição como são os sites”, explica Bruno Rego.

Procura contínua por sangue novo

Bruno tinha apenas 28 anos e tinha acabado de regressar ao País quando se juntou aos restantes fundadores da Velcro. Eram uma equipa de jovens, cinco sócios, dos quais ainda se mantém o próprio Bruno e também Fernando Marques, e a quem veio a juntar-se, mais tarde, uma empresa investidora. A equipa da Velcro é hoje constituída por 14 elementos e, tal como no passado, a empresa sempre integrou colaboradores jovens.

“Temos uma equipa residente não muito grande e sempre fomos integrando colegas mais novos, fundamentais para nos ajudarem com as novas tendências, já que estes começam a ser nativos destas áreas”, comenta Bruno.

Infelizmente, a contratação de recursos humanos qualificados não é fácil. Uma das dificuldades está na nova vertente de IA, que vai sendo vendida como ‘solucionadora de todos os problemas’, nota o empresário. “Muitos acreditam que podem trabalhar menos com as agências e mais com projectos internos e equipas internas. Eu equiparo isto ao que aconteceu há alguns anos com os ‘wordpresses’, quando toda a gente achava que o wordpress era a solução para nunca mais se contratar agência nenhuma. Nós estamos a viver exactamente o mesmo e durante algum tempo vai ser assim. No entanto, ainda vamos voltar a um conceito, que eu acho que é fundamental, que é o trabalho sempre de parceria entre equipas internas das marcas e das agências”, defende Bruno.

“Por outro lado, cada vez há mais nativos nestas áreas, cada vez há mais interessados, pois as áreas tecnológicas são apelativas. No entanto, sendo mais difícil contratar. Porque depois existe uma grande concorrência europeia, internacional. Temos em Portugal grandes marcas, com centenas de profissionais nestas linhas, nestas áreas de actuação”, realça o responsável. “Portanto, as agências pequenas, como é a nossa- e como continuamos a gostar de nos caracterizar- começam a ter mais dificuldade de recrutamento porque, obviamente, é difícil ombrear com as agências internacionais, nas garantias, os nomes e tudo mais.”

Uma pequena grande equipa, de trabalho internacional

Embora a Velcro tenha uma pequena equipa residente, conta com uma larga equipa de subcontratados, que garantem à empresa poder fazer todo o seu trabalho em casa, sem precisar de procurar soluções fora. Subcontratados que quase trabalham em exclusivo com esta agência de Alcobaça. “Isto permite-nos ter uma garantia de trabalho, qualidade, bons prazos de produção, tudo mais. Mas não queremos perder esta identidade, de agência pequena e especializada”, frisa Bruno.

Além da sede em Alcobaça e escritório em Lisboa, uma vez que a Velcro trabalha bastante em projectos internacionais, está também localizada em São Francisco, nos Estados Unidos. E o negócio tem vindo a crescer. “Nos últimos 10 anos, a Velcro atingiu sempre os objectivos de crescimento que foram traçados”, orgulha-se o sócio-fundador.