Desporto

Uma centena de árbitros em falta no futebol do distrito de Leiria

16 out 2015 00:00

O número de atletas e de equipas continua a crescer na Associação de Futebol de Leiria, fenómeno que não é acompanhado pela arbitragem, que tem tido dificuldade em captar novos elementos

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“Em 1999 havia 320 equipas e 110 árbitros. Hoje, existem 750 equipas e 150 árbitros. Como os números indicam, a arbitragem não tem conseguido acompanhar a evolução do número de praticantes de futebol e futsal.” É este, segundo Júlio Vieira, o principal problema com que a Associação de Futebol de Leiria tem de conviver.

No fundo, como realça o presidente daquele organismo, “é a própria verdade desportiva” que pode estar, muitas vezes, em causa. É que jogos sem juízes são, garantidamente, “foco de confusão”, até porque na generalidade das vezes são pessoas afectas à equipa da casa que acabam por agarrar no apito.

E no distrito de Leiria, devido à falta de “cem árbitros” decorrem, semanalmente, imensas partidas sem juiz. “No futsal é uma catástrofe”, admite Carlos Amado, presidente do Conselho de Arbitragem.

No entanto, o principal problema está no futebol dos mais novos. “A maioria é em jogos dos escalões mais baixos, onde não há classificações, mas não é agradável, mesmo para miúdos de sete ou oito anos, ir jogar e sentir que o que se passou não foi justo”, explica Júlio Vieira.

“Nem a própria formação de atletas pode ser bem feita se ao fim-de-semana os miúdos forem jogar partidas sem árbitros.” A Associação de Futebol de Leiria “tentou tudo e um par de botas”, mas a actividade não se mostrava atractiva.

O escrutínio não ajuda. “Se me preocupasse com os que as pessoas pensam tinha sido árbitro pouco tempo”, admitiu Olegário Benquerença em entrevista ao JORNAL DE LEIRIA. A única altura em que o número de aderentes aos cursos aumentou foi quando os clubes foram obrigados a apresentar nomes.

Outras modalidades
Andebol quer mais

O panorama é distinto nas associações distritais de outras modalidades. O andebol tem quatro árbitros internacionais – Ivan Caçador, Eurico Nicolau, Roberto Martins e Daniel Martins –, mas também apresenta dificuldades no que concerne à captação de novos elementos, sendo o “espelho” do que acontece a nível nacional.

Em Leiria, os quadros distritais apresentam 18 juízes, mas existe a necessidade de angariar mais 15, “para uma correcta rotação dos elementos de arbitragem, evitando a saturação a todos os agentes desportivos”. Já no atletismo nãohá queixas, nem necessidade de alargar o grupo.

Na época passada, 88 juízes estiveram activos. Na próxima semana começa mais um curso, com quase 20 inscritos.

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