Economia

Sucessão nas empresas familiares deve ser preparada a dez anos

31 dez 2015 00:00

Os estudos do Instituto Politécnico de Leiria mostram que metade das empresas na região não tem planos para assegurar uma nova liderança

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As boas práticas recomendam preparar a mudança com antecedência, mas a maioria dos negócios familiares na região continua sem plano para a sucessão na liderança, de acordo com estudos do Observatório que funciona junto do Instituto Politécnico de Leiria (IPL).

Os investigadores avisam que o tema é cada vez mais actual, porque grande parte das empresas em actividade surgiram entre finais da década de 1970 e início dos anos 80, ou seja, estão agora a confrontar- se com o fim da vida activa da primeira geração de gestores.

Segundo Inês Lisboa, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, "a sucessão é um processo longo que tem de ser preparado com tempo", se possível, "durante 7 a 10 anos".

O objectivo é garantir a transmissão de conhecimentos do fundador para o sucessor, sem rupturas com o passado, mas, em simultâneo, com espaço para melhorias e mudanças na gestão e nos processos da organização.

No tecido empresarial do distrito de Leiria, constituído sobretudo por micro, pequenas e médias empresas, cerca de 70% das 250 maiores, por volume de negócios, são empresas do tipo familiar. Um levantamento do Observatório de Empresas Familiares (OEF) do IPL, que está integrado no globADVANTAGE – Center of Research on International Business & Strategy, mostra que 55% das empresas na região não tinham nem planeavam ter um plano de sucessão.

Entre as várias dificuldades associadas a este momento crítico na vida das organizações, a mais comum é a dificuldade do fundador transmitir o negócio aos filhos. Porque a delegação de competências não acontece com naturalidade ou porque as opiniões de terceiros são vistas como interferências pelo patriarca.

Também pode suceder que os próprios colaboradores não aceitem as decisões de pessoas mais novas que muitas vezes viram crescer. Ou que nenhum familiar esteja interessado em dar continuidade ao que outros começaram.

Para evitar retrocessos, ou mesmo a falência, "é importante criar um protocolo familiar onde se definam regras nas relações e funções da família na empresa", salienta Inês Lisboa, que é investigadora no OEF. E também ter "conselhos familiares para manter a identidade e conselhos fiscais.

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