Economia

Sector dos resíduos tem impacto de 5,4 mil milhões na economia

30 mar 2017 00:00

O sector apresenta uma “capacidade relevante” de geração de valor acrescentado e de “efeitos de arrastamento” na economia portuguesa, segundo um estudo apresentado recentemente

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Raquel de Sousa Silva

Mais de duas mil entidades, 23 mil trabalhadores, quase 2,5 mil milhões de euros de facturação. Estes são os números da relevância directa do sector dos resíduos no tecido empresarial português, de acordo com um estudo recentemente divulgado. Se considerarmos também o impacto indirecto, falamos de 64 mil empregos e de uma facturação de 5,4 mil milhões de euros.

As conclusões são apresentadas no Estudo sobre a relevância e o impacto do sector dos resíduos em Portugal na perspectiva de uma economia circular, realizado pela consultora Augusto Mateus e associados para a Smart Waste. Com base em dados de 2014 (que a directora-geral desta associação, Luísa Magalhães, acredita continuarem actuais), o trabalho traça o retrato desta área e lista alguns pontos para uma estratégia até 2030, para concretizar a economia circular, que aposta na reutilização ou reciclagem do lixo, depois integrado nas matérias-primas, para preservar os recursos naturais.

De acordo com o estudo, o sector dos resíduos gerou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) directo de 626 milhões de euros. Do ponto de vista do investimento, foi responsável em 2014 por cerca de 167 milhões de euros de formação bruta de capital fixo. “A relevância directa na economia do sector dos resíduos é de cerca de 0,83% em termos de VAB, de 0,77% do volume de negócios e de 0,66% do emprego, mas de 1,33% em matéria de investimento, destacando-se a elevada intensidade em formação bruta de capital fixo, que é uma das forças do sector”, aponta o trabalho.

Os autores do estudo referem que em 2014 o saldo comercial do sector era “largamente excedentário”: 249 milhões de euros, dos quais 126 milhões relacionados com a valorização de materiais, “demonstrando a capacidade dos materiais valorizados competirem internacionalmente”.

E é precisamente no mercado internacional que a Metalmarinha compete. Criada em 2005, a empresa da Marinha Grande dedica-se à recolha, triagem, transformação e venda de resíduos metálicos e electrónicos. Exporta 90% da sua produção, emprega 20 pessoas e no ano passado obteve um volume de negócios de 62 milhões de euros.

Marco Pereira, administrador, entende que o contributo do sector dos resíduos para a economia nacional é “importante”, mas considera que é possível fazer mais. “Ainda estamos uns anos atrás do Norte da Europa. É preciso incentivar as pessoas a separar outro tipo de resíduos além do plástico, papel e vidro”, defende. 

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