Economia

Sector do azeite em Portugal já vale 700 milhões de euros

11 dez 2017 00:00

A produção de azeite deverá crescer pelo menos 45% este ano, ultrapassando as 100 mil toneladas. Os grandes investimentos feitos nos últimos anos estão a mudar o panorama no sector

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Raquel de Sousa Silva

A campanha ainda não está concluída, mas deverá saldar-se por um aumento de pelo menos 45% na produção de azeite. Em 2016, foram produzidas 69.375 toneladas. Este ano, poderão ser 100 mil, ou mesmo 110 mil, prevê a Casa do Azeite, que representa este sector que vale já cerca de 700 milhões de euros (produção mais exportação).

Mariana Matos, secretária-geral deste organismo, explica que o grande investimento feito no sector, principalmente na última década, tem permitido que a produção nacional de azeite cresça. A produção de azeitona concentra-se sobretudo no Alentejo, “onde existe a maior quantidade de novos olivais intensivos e super intensivos, altamente produtivos e rentáveis”.

O investimento realizado “fez triplicar (em termos médios) a produção nacional”. Em 2012, por exemplo, a produção atingiu as 59.117 toneladas, subindo para 109.052 em 2015. Mas o ano passado foi de quebra: apenas se atingiram as 69.375 toneladas.

Os desafios são “continuar a produzir em quantidade e qualidade”, diz Mariana Matos, que acrescenta: “o maior desafio, no entanto, deverá ser colocado aos olivais tradicionais, que representam ainda cerca de 80% da área de olival total em Portugal”.

A produção de azeite assume também importância na região de Leiria, embora a Casa do Azeite não disponha de dados quantitativos desagregados ao nível do distrito. Por regiões, a Beira Litoral produziu 1954 toneladas no ano passado, a Beira Interior atingiu as 2669 e o Ribatejo/Oeste as 3804 toneladas.

A Casa Féteira, de Porto de Mós, detentora da marca Vila Forte, possui 12 hectares de olivais de regadio na zona da Serra de Candeeiros. Além das azeitonas que aqui produz, compra também a produtores locais. Este ano, “pela primeira vez”, vai transformar mais de mil toneladas de azeitona, refere José Vieira.

O sócio diz que será “o melhor ano dos últimos 20”, porque se reuniram quatro condições, o que raramente acontece: há muita azeitona, que rende muito, houve sempre bom tempo durante a colheita e o azeite apresenta boa qualidade.

Nos olivais da Portugalfarms, no Alentejo, a colheita deverá prolongar-se até Janeiro, mas João Maciel Filipe estima que a produção atinja as 200 toneladas de azeite, contra as 160 de 2016. “Este ano é bastante melhor, quer em quantidade quer em qualidade da azeitona”, diz o responsável pela empresa com sede em Caldas da Rainha.

A seca não afectou a produção? “A maior parte dos olivais industriais são de regadio. Não se pode dizer que tenha faltado água para regar. Mas se a situação de seca continuar vamos ter problemas no próximo ano, tanto nos olivais de regadio, porque não haverá água nas barragens, como nos de sequeiro, porque não haverá humidade no subsol

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