Sociedade

São Bento, a terra onde "tudo chegou mais tarde" está a atrair novos moradores

3 dez 2020 18:00

Com o estatuto de território de baixa densidade, a freguesia São Bento, em Porto de Mós, tem vindo a atrair novos moradores. Gente que se fixa, sobretudo, pela tranquilidade das aldeias e beleza da paisagem.

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António Fael radicou-se em Covões Largos, uma das aldeias da freguesia de São Bento, que descreve como "um cantinho maravilhoso"
Maria Anabela Silva
Maria Anabela Silva

A electricidade, a estrada, a água, as comunicações... Tudo chegou mais tarde a São Bento. Em alguns lugares, a água está ainda para chegar. A promessa é que durante 2021, ano de eleições autárquicas, o abastecimento à freguesia, e consequente ao concelho de Porto de Mós, fique concluído. Os mais velhos, de tanto ouvirem a promessa, já estão como São Tomé... "Ver para crer".

Mas, se os sinais do progresso têm tardado em São Bento, a beleza da paisagem e a tranquilidade mantêm-se intocáveis ao longo dos tempos e estão a atrair novos moradores. Gente que vem das cidades à procura do contacto com a natureza, seduzida pela tranquilidade de uma terra onde parece que o tempo anda mais devagar.

"É uma zona calma para se viver e há cada vez mais pessoas que valorizam isso", diz Tiago Rei, presidente da Junta desde 2017, que acredita que os próximos Censos, a realizar em 2021, irão atestar a percepção que tem de que a população da freguesia está a aumentar, à conta, sobretudo, de pessoas de fora que aí se estão a radicar.

Para já, o único dado estatístico vem da Câmara de Porto de Mós, segundo a qual, desde 2018, houve “cerca de 40 pedidos de licenciamento de processos de obras de construção ou recuperação” de habitação na freguesia. Perdida no planalto de Santo de António, São Bento, é juntamente com Abiul (concelho de Pombal), uma das duas freguesias do distrito classificadas como território de baixa densidade.

Durante anos, viu partir muitos dos seus residentes. Uns emigraram, outros partiram para outras vilas e cidades, como aconteceu com três dos quatro filhos de Maria Vitória Rei, de 81 anos, residente na aldeia de Covões Largos.

Apenas o "rapaz" mais novo, que já passou dos 30 anos, ainda vive na freguesia. "Não o arranco daqui", diz, entre risos, a mulher, que há cerca de dois anos ganhou um novo vizinho: António Fael, natural de Leiria, que se mudou com a esposa Lina para a aldeia e que já está perfeitamente integrado na comunidade local. "É como se fosse família", diz Vitória Cortes, de 70 anos, com quem nos cruzamos durante a visita guiada que António Fael que nos faz pela aldeia.

Durante o perc

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