Economia

Programa de apoio para atrair investimento dos emigrantes apresentado em Ourém

30 jul 2020 18:01

Secretária de Estado das Comunidades visitou empresas em Ourém que são "bons exemplos" do empreendedorismo dos nossos emigrantes.

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Secretária de Estado das Comunidades visitou a Vipremi, empresa de Ourém criada por emigrantes que exporta 95% da produção
Maria Anabela Silva

Captar o investimento dos cerca de cinco milhões de portugueses e luso-descentes que vivem no estrangeiro é o objectivo do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) que, esta quinta-feira, foi apresentado em Ourém.

Durante a sessão, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, detalhou os quatro eixos, 23 medidas e 85 sub-medidas que compõem o PNAID, desenhado entre vários ministérios e secretarias de Estado para apoiar os emigrantes que já investem em Portugal e captar outros milhões de portugueses e luso-descendentes que, "segundo alguns cálculos", estão espalhados "por mais de 190 países".

Os apoios abrangem diversas áreas, da agricultura ao turismo, passando pela habituação e educação, ficando reservada uma quota de 07%, cerca de 3.500 vagas no ensino superior "em todos os cursos, incluindo medicina e engenharias", para emigrantes e familiares, de modo a permitir atrair luso-descendentes e, com eles, os pais, "que também podem vir e fazer o seu investimento em Portugal". 

"O que pretendemos com este programa é não só facilitar esse investimento, mas atrair mais e apoiar os investidores que queiram vir investir", sublinhou a secretária de Estado, citada pela agência Lusa, avançando que o Governo espera, através do PNAID, que acelerar "a atracção do investimento da diáspora".

Por outro lado, há a intenção de tornar visível essa aposta da comunidade emigrada no país de origem. Actualmente "já temos muitos emigrantes que estão a viver no estrangeiro a regressar e a investir ou a investir, continuando nos países onde residem", o que "passa despercebido".

Ora, foi precisamente para conhecer exemplos desse investimento que a secretária de Estado das Comunidades visitou duas empresas localizadas na Zona Industrial de Casal dos Frades, em Ourém.

Berta Nunes deslocou-se à Vipremi e à Euromelic, duas empresas fundadas por emigrantes oriundos do concelho. A primeira dedica-se ao fabrico de pré-fabricados em betão, exportando 95% da produção, e a segunda trabalha na reparação e manutenção de máquinas gráficas, “em qualquer parte do mundo”.

“São dois bons exemplos do empreendedorismo dos nossos emigrantes e do contributo que a nossa diáspora pode dar no desenvolvimento do País. Estamos perante pessoas que adquiriam know how no país de acolhimento na área que trabalham. Inovaram, acrescentaram valor e estão a exportar”, sublinhou a secretária de Estado das Comunidades no final da visita, onde ficou a conhecer os projectos das empresas para o futuro.

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