Desporto

Portugal conquista Medalha de Prata no Europeu de carro à vela (com vídeo)

24 set 2017 00:00

Velejadores de Ansião e Leiria partiram para a Irlanda sem objectivos competitivos definidos.

Jacinto Silva Duro

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Partiram para o 52.º Campeonato Europeu de Carro à Vela (EC2017) com a vontade de participar, colher experiência e chamar a atenção dos portugueses para um desporto que é mal conhecido, não obstante a fama de “país de marinheiros habituados a andar à bolina”.

Antes de zarparem, David Allen, de Ansião, e Dário Ruivo, de Leiria, assumiram publicamente, com muito boa disposição, que queriam trazer para Portugal “o caneco do último lugar”. Porém, tiveram de se “contentar” com a segunda posição por selecções nacionais, atrás apenas da toda poderosa França.

Ao ficar em 21.º lugar, na competição que se realizou nas praias de Laytown e Bettystown, na Irlanda, Allen, piloto britânico que correu pelas quinas, bateu, com muita estratégia e paciência, todos os concorrentes da Classe Promo Sport, à excepção dos gauleses, que conquistaram não só todos os lugares do pódio, mas também do top 20.

Ainda assim, o piloto nacional, após um ferimento ligeiro, na segunda-feira, que o obrigou a ficar de fora da prova na terça, assegurou para Portugal a Medalha de Prata por selecções, na primeira vez que uma equipa nacional se apresentou num europeu e, por conseguinte, numa prova internacional da modalidade.

Dário Ruivo, por seu turno, entrou directamente para o top 20 de Mini-Spirit, classe de entrada na modalidade, alcançando o 23.º posto, logo atrás da selecção espanhola que, curiosamente, facilitou o seguro para a participação de Portugal no evento.

Sem quaisquer apoios nacionais, a equipa portuguesa contou também com a ajuda da Federação Irlandesa, que facilitou a inscrição e forneceu um modelo Potty, para Ruivo, e a Federação Promo Sport Francesa, que levou de França um Promo Sport para Allen, assumindo a manutenção e quaisquer custos.

O trecho de praia utilizado pelo evento, que juntou 110 pilotos de dez nações, revelou-se muito dinâmico e, sempre que a maré vazava, o piso aparecia alterado, com pequenos “rios”, lagoas e dunas, obrigando os pilotos a grande perícia e técnica para evitar que os carros, que atingiam, nalguns casos, velocidades superiores a 80 km/h, adornassem. Mesmo assim, houve alguns acidentes com ossos partidos e saltos impressionantes a alta velocidade.

A equipa portuguesa entende que, acima de tudo, a experiência serviu para estabelecer contactos com outras Federações, como a espanhola, para criar um troféu ibérico, e perceber como melhorar a divulgação do desporto em Portugal e, em especial, na região. “Já temos propostas em mãos, para o próximo ano, que iremos discutir com os nossos parceiros e entidades locais, para realizar provas e criar um calendário”, explica Dário Ruivo.

Já David Allen sublinha que é necessário não deixar passar oportunidades, dando passos sólidos “para a divulgação e captação de praticantes”.

O Campeonato Mundial realizar-se-á no final de Setembro de 2018, em Sankt Peter-Ording, na Alemanha.