Sociedade

'Pinhal do Rei': um livro sobre a floresta e a região para sensibilizar as crianças para o risco dos fogos

21 ago 2022 09:24

Autora franco-portuguesa com família na Marinha Grande escreveu o livro com sete contos depois do grande incêndio de 2017, inspirada pelas histórias da avó paterna sobre o Pinhal de Leiria e as memórias das férias em Portugal

Pinhal do Rei foi criado em português e francês
Pinhal do Rei foi criado em português e francês
Textiverso
Autora tem família no concelho da Marinha Grande
Autora tem família no concelho da Marinha Grande
DR
Livro pretende sensibilizar as crianças para a importância da preservação da floresta
Livro pretende sensibilizar as crianças para a importância da preservação da floresta
Redacção/Agência Lusa

O grande incêndio do Pinhal de Leiria em 2017, junto a Pilado, aldeia do seu pai no concelho da Marinha Grande, levou Adeline Grilo, nascida em França, a escrever um livro infantil em francês e português com sete contos sobre a floresta e a região.

"Eu não tenho solução, nem julgo o que aconteceu no meu livro. O que quero é sensibilizar o público mais jovem. Já depois dos incêndios de Outubro de 2017, falei com o cônsul-geral de Paris, porque fiquei devastada, e questionei-o sobre o que poderíamos fazer. Os portugueses que vivem em Portugal e os portugueses que vivem fora. Esta foi a minha forma de contribuir", disse Adeline Grilo, que também viveu vários anos em Portugal, em declarações à Lusa.

O livro de contos 'Pinhal do Rei', em português, e 'Pinède du Roi', em francês, tem como público-alvo crianças dos 9 aos 12 anos e foi publicado em Março.

Com a edição apoiada pela Câmara Municipal da Marinha Grande, a versão portuguesa está a ser distribuída em vários municípios afectados pelos incêndios. Por exemplo, no Sabugal, de onde é originária a mãe de Adeline Grilo, 300 crianças receberam o livro no Dia do Ambiente. Já em França, o livro está disponível em várias bibliotecas e mediatecas da região parisiense como Colombes, Groslay e Brunoy.

O livro também vai ser proposto às associações portuguesas em França que ensinam português aos mais jovens.

"Escrevi nas duas línguas, primeiro em francês e depois em português. Era importante escrever em português porque se trata de incêndios e estamos a ver como este tema é importante e universal. Uma árvore que queima em Portugal, em França ou na Austrália é sempre um problema", explicou Adeline Grilo.

Com uma carreira como assistente de direcção, esta é a primeira obra de Adeline Grilo, inspirando-se nas conversas que teve com a avó paterna sobre o Pinhal de Leiria e as memórias das férias passadas em Portugal entre o Sabugal e Pilado.

A autora nunca tinha pensado enveredar por uma carreira literária, mas o incêndio do Pinhal de Leiria despertou em si esta vontade.

"Nunca me tinha imaginado a escrever, uma coisa é gostar de ler, outra é escrever. Lancei mesmo um projecto de biblioteca para a aldeia do meu pai e interessava-me por livros para crianças. Mas em 2019 escrevi uma primeira história, fiz depois um ateliê de escrita e escrevi o primeiro conto para este livro", indicou.

O livro, tanto na versão francesa como portuguesa, conta ainda com as ilustrações de Gonçalo Dias.

Adeline Grilo já está a trabalhar na sua segunda obra, que ainda não tem data de edição, mas que versará sobre o Sabugal, sendo desta vez na forma de prosa e dirigida também a um público infanto-juvenil.