Sociedade

Pedro Pimpão: "Conseguimos vencer porque estivemos unidos e determinados em ajudar a nossa população"

17 jul 2022 10:16

Presidente da Câmara de Pombal endereça mensagem de agradecimento a todos os que ajudaram no combate aos fogos

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Pedro Pimpão no teatro de operações
CM Pombal

O presidente da Câmara de Pombal agradece a todos os que auxiliaram no combate aos fogos dos últimos dias.

Pedro Pimpão, em mensagem de agradecimento, faz ainda a contabilização provisória dos danos provocados pelos dois incêndios - Abiul e Colmeias - que destruíram propriedades agrícolas, casas, equipamentos e empresas. 

Leia aqui a mensagem do autarca de Pombal

Mensagem do Presidente da Câmara após ocorrência de incêndios rurais
 
Esta tem sido uma das semanas mais duras das nossas vidas e agora que esperemos que possa estar a chegar ao fim todo este tormento (apesar da máxima atenção aos possíveis reacendimentos e a novos focos como ainda hoje [dia 16 de Julho de 2022] aconteceu nos Estevães), podemos dizer que conseguimos superar esta batalha de uma guerra desigual que, infelizmente, nunca terá fim.
 
Conseguimos vencer porque estivemos unidos e determinados em ajudar a nossa população que viveu momentos de muita aflição e profundo desespero face à voracidade dos incêndios que assolaram o nosso território.

O nosso abraço caloroso cheio de uma enorme e eterna gratidão vai para todos aqueles que andaram cara-a-cara com os fogos a lutar contra esse flagelo, a proteger as nossas populações e suas casas, a tentar salvar os bens ameaçados, a esquecer o cansaço, sem desistir.

Donos de uma coragem sem igual, senhores de uma entrega constante, zeladores de todos nós.

Já começámos a fazer o levantamento dos enormes prejuízos e a seu tempo vamos fazer o balanço desta tragédia, em conjunto com as autoridades, mas depois destes dias de permanente sofrimento, noites mal dormidas e dedicação total ao combate e a salvar vidas, não posso deixar de agradecer a todos os bombeiros que estiveram no teatro de operações e foram verdadeiros heróis completamente exaustos depois de estarem mais de 76 horas consecutivas em acção.

Vimos e vivemos momentos de profundo desespero que me fizeram avivar as memórias da tragédia de Pedrogão Grande, pelo que não posso deixar de agradecer do fundo do coração a todas as pessoas que ajudaram a combater este flagelo.

Assisti a muitas situações em que foram os próprios populares que, sozinhos, faziam de tudo para tentarem salvar as suas casas e bens, assim como, dos vizinhos, considerando que muitas localidades ficaram completamente abandonadas e sozinhas no combate ao incêndio.

Uma palavra muito especial de agradecimento aos militares da GNR, UEPS, Exército, às equipas de sapadores florestais e às brigadas/equipas das unidades locais de proteção civil das freguesias do concelho de Pombal que foram incansáveis no combate e prestação de auxílio às populações de Pombal e também de Ansião, podendo mesmo afirmar que ajudando os bravos bombeiros no teatro de operações e sem apoio de meios aéreos nos primeiros dias, estes agentes foram determinantes e cruciais por não termos mais feridos ou mortes a lamentar.

Aos presidentes de Junta, autarcas de freguesia e aos técnicos do Município de Pombal que estiveram permanentemente no terreno no apoio ao combate aos incêndios, mas também em toda a enorme logística que tivemos de montar para acolher pessoas desalojadas, assim como, assegurar apoio (dormidas, banhos e refeições) às várias corporações de bombeiros que vieram do norte e sul do País.
 
Neste apoio logístico não posso deixar de registar o papel activo dos dirigentes da nossa Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pombal, assim como, os dirigentes e voluntários das nossas associações (a Sicoense passou a ser a nossa segunda casa) que têm sido inexcedíveis dia e noite; os nossos escuteiros que estiveram diariamente a prestar apoio na Escola Marquês de Pombal, conjuntamente com os funcionários do Agrupamento de Escolas e os técnicos do Município de Pombal que foram inexcedíveis sob a coordenação do meu chefe de gabinete, Nelson Pedrosa.

Passada a pior parte, é tempo de alocarmos agora outro tipo de esforço: começarmos, no local, a conhecer em maior detalhe a dimensão desta tragédia e agir de imediato. Importa dar uma palavra de conforto a quem perdeu tudo, a quem perdeu muito e a quem perdeu uma parte da sua vida.

Uma palavra de conforto que venha acompanhada de acção, de apoios concretos que possam amenizar os efeitos nefastos do terror que viveram nos últimos dias.

Tirámos muitas aprendizagens desta experiência.
 
Demos tudo o que tínhamos e não tínhamos e, no final deste flagelo, apesar da área ardida e de todos os prejuízos económicos, não tenho dúvidas que saímos mais fortes e unidos, porque houve um grande trabalho de equipa, demonstramos uma rápida capacidade de adaptação e flexibilidade à realidade que fomos encontrando no terreno, assim como, fica a marca de uma comunidade solidária e com um humanismo extraordinário que só reforça o meu orgulho em ser autarca num território que tem uma alma tão grande.
 
Assistimos a um empenhamento exemplar de toda a gente. Uma movimentação de interajuda única! Desconhecidos protegiam-se uns aos outros, bombeiros a trabalhar até à exaustão, a trabalhar lado a lado com GNR, com civis!
 
Uma mobilização ímpar de empresas privadas, com cisternas, furos, camiões, tratores, águas, bens e refeições.
 
As pessoas uniram-se mais do que nunca, provando a nossa força, pelo que, o meu orgulho nos pombalenses cresce todos os dias e esta semana demonstraram, uma vez mais, todo o seu altruísmo, uma capacidade inabalável de se colocar no lugar do próximo e de ajudar.
 
Não é algo que já não soubesse, mas alimenta-nos a alma sabermos que temos em todo o lado um irmão, um amigo, uma pessoa atenta e sempre disponível para ajudar, de forma desinteressada, sem esperar nada em troca.
 
Por fim, continuamos em estado de alerta e com vigilância máxima, até porque não nos esquecemos que a proteção civil começa em todos nós, que devemos evitar comportamentos de risco e contribuir para que este flagelo não volte a assolar o nosso território.