Sociedade

PCP lamenta que “nada tenha sido feito” no Pinhal de Leiria

13 out 2020 15:23

Três anos após o incêndio, PCP alerta para a proliferação de espécies invasoras e critica falta de limpeza.

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Incêndio ocorrido em Outubro de 2017 destruiu 86% da área florestal
Redacção/Agência Lusa

O PCP lamenta que, três anos depois do incêndio que consumiu mais de 80% do Pinhal de Leiria, “pouco ou nada tenha sido feito”, apontando como problemas a proliferação de espécies invasoras e falta de limpeza.

“Passados três anos de muitas promessas e inúmeras manobras de propaganda política, nomeadamente do Governo e da Câmara Municipal da Marinha Grande, quase tudo está por fazer, e o abandono do Pinhal de Leiria é visível na falta de limpeza, degradação de vias e do edificado da Mata Nacional, proliferação de espécies invasoras, entre outras”, sublinha uma nota de imprensa da Direcção da Organização Regional de Leiria (Dorlei) do Partido Comunista Português (PCP).

Segundo a Dorlei, “o Governo não cumpriu com as suas responsabilidades no financiamento e garantia das estruturas e meios para recuperar o Pinhal de Leiria e para mantê-lo e defendê-lo”.

Naquela nota, os comunistas frisam que “as únicas acções concretas com real impacto no Pinhal de Leiria foram a de vender uma boa parte da madeira ardida, arrecadando o dinheiro para abater no défice, e a de abrir as portas à alienação do património imobiliário”.

No documento, o PCP definiu 14 medidas que considera prioritárias para recuperar o pinhal, entre as quais a defesa da propriedade e gestão pública de qualidade da Mata Nacional de Leiria e a definição de um modelo de gestão pública, participado e fiscalizado por uma "comissão de acompanhamento, que envolva o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (munido dos meios humanos e técnicos necessários), as autarquias locais, partidos políticos, associações, sindicatos e colectividades".

Os comunistas apelam ainda para que sejam inscritas no Orçamento do Estado as verbas realizadas com a venda de material lenhoso proveniente do incêndio - “que em 2019 já ascendiam a 13 milhões de euros” - e que “sejam integralmente aplicadas no financiamento de actividades de reflorestação, recuperação, protecção e gestão” desta mata.

Classificar a Mata Nacional de Leiria como Reserva da Biosfera da UNESCO, "tendo em conta o seu valor histórico, social, cultural e natural" e a “concretização imediata de um plano de combate às consequências directas do incêndio, nomeadamente de combate a espécies invasoras, de preservação e fixação de solos, de protecção e preservação de cursos de água, de forma a garantir que a regeneração natural se possa fazer nas melhores condições”, são outras medidas defendidas.

Além do investimento no reforço da estrutura do ICNF para a Mata Nacional de Leiria com a contratação de mais técnicos superiores, de “capatazes” e técnicos operacionais e a reactivação do corpo de guardas florestais afectos ao ICNF, o PCP defende ainda a criação, por decisão do Governo e com atribuição das verbas necessárias, do Museu Nacional da Floresta na Marinha Grande, na dependência do Ministério do Ambiente e com financiamento do Orçamento do Estado, nas instalações do Parque do Engenho.

Para assinalar a data e abordar os problemas do Pinhal de Leiria, candidato do PCP à Presidência da República, João Ferreira, visitará, no dia 18 de Outubro, a mata nacional e realizará, pelas 11 horas, no auditório da Resinagem, na Marinha Grande, uma sessão pública dedicada ao tema “Defender os recursos naturais e as florestas nacionais”.