Desporto

O dinheiro não chega, os jogadores desesperam e a crise agudiza-se

24 jan 2020 20:00

Fátima e União de Leiria disputam Série C do Campeonato de Portugal

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A equipa liderada por Filipe Cândido tem-se vindo a manter à tona.
Ricardo Graça

O assunto tarda em resolver-se. A crise financeira nas SAD do Centro Desportivo de Fátima e da União de Leiria continua a desesperar futebolistas, equipa técnica e funcionários, que há vários meses esperam pela liquidação dos ordenados em atraso.

Sem receberem desde Outubro, os jogadores do Fátima abandonaram o campo no último jogo em lágrimas. Apesar de ocuparem o segundo lugar da série, classificação que dá acesso ao playoff de subida à 2.ª Liga, muitos já optaram por rumar a outras paragens e os que ficaram acreditam que um milagre ainda é possível.

Segundo um dos agentes dos atletas, a situação está “caótica” e sem resolução à vista. “Têm enganado os jogadores. A cozinheira que fazia a comida para os atletas já saiu por não lhe pagarem e a senhora que agora está lá já chegou a comprar comida do seu próprio bolso para que os jogadores possam comer alguma coisa”, revela.

Este empresário denuncia ainda que há atletas que têm sido obrigados a pedir dinheiro emprestado a familiares e amigos, porque têm família e há compromissos que têm de ser cumpridos. “O Campeonato de Portugal de futebol já tem jogadores com contratos profissionais e existem famílias que dependem dos ordenados dos atletas.”

O que se está a passar em Fátima é “surreal”, acrescenta ainda o agente desportivo, ao afirmar que já houve situações em que atletas saem do Norte de manhã cedo para o treino de segunda-feira e “quando chegam a Fátima são informados de que o treinador não vai estar, porque é professor e tem de dar aulas”.

“Não vemos a SAD preocupada com nada disto e está a tentar prender os jogadores protelando a entrega da carta de desvinculação pedida pelos atletas. Dizem que lhes vão dar a c arta, mas todos os dias têm uma desculpa. Vão adiando, fazendo com que os jogadores acabem por jogar o próximo jogo.” Afirma, contudo, que no início da época “o projecto foi muito bem montado”, mesmo tendo sido “em cima do joelho”, porque chegaram a poucos dias de começar o campeonato.

A administração da SAD do Fátima, cujos investidores estão ligados ao grupo Lleon, tem procurado responder à saída dos jogadores nas últimas semanas com a contratação de reforços e espera, a qualquer momento, a chegada de alguns milhares de euros, que permitam pagar as dívidas mais urgentes, nomeadamente o alojamento dos atletas e os salários da equipa médica e dos funcionários, onde se incluem os jogadores. As despesas que têm sido cumpridas são as imprescindíveis, como o polic iamento, sob pena de nem se re

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