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Novo festival em Leiria é incubadora para 17 obras inéditas a partir da poesia (e de um conto) de Saramago

8 nov 2022 14:10

A música e o teatro cruzam-se com poemas e um conto de José Saramago no primeiro Festival Leiria Cidade Criativa da Música, que reúne trabalhos de Mário Laginha, Anne Victorino de Almeida, Pedro Moreira e Surma, entre outros

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Apresentação do programa, esta manhã, no Centro Cívico de Leiria
Ricardo Graça

Nos dias 16, 17 e 18 de Novembro, a primeira edição do Festival Leiria Cidade Criativa da Música reúne 17 obras originais em estreia absoluta inspiradas na poesia e num conto de José Saramago, cujo centenário se assinala a 16 de Novembro.

Mário Laginha, Pedro Moreira, Anne Victorino de Almeida, César Cardoso, Pedro Nobre, Paulo Santo, Bruno Santos, Carlos Azevedo, Nuno Barradas, André Barros, Carlos Brito Dias e João Santos são alguns dos compositores que criaram trabalhos inéditos, a convite da Leiria Cidade Criativa da Música Unesco.

A entrada é livre e os espectáculos vão decorrer no Teatro José Lúcio da Silva e no Teatro Miguel Franco.

No lançamento do evento, esta manhã, em conferência de imprensa, o director artístico da Leiria Cidade Criativa da Música Unesco, Daniel Bernardes, considerou que “o Festival é uma incubadora e diferencia-se de todos os outros pela criatividade, pela criação e pela originalidade”.

É muito difícil para jovens compositores conseguirem afirmar-se no mercado de trabalho” e “irem para além da escrita para a gaveta”, daí o “ímpeto criativo” que tem por objectivo “potenciar compositores emergentes de Leiria”.

Estimular os músicos de Leiria a tocarem música feita hoje e estimular também os criadores locais para escreverem música”, salienta Daniel Bernardes.

Na apresentação, a vereadora da cultura do município de Leiria, Anabela Graça, disse que o Festival promove o “diálogo entre a música, o teatro e a literatura” para “comemorar Saramago”, o único português Nobel da Literatura.

Anabela Graça lembrou que a organização endereçou diversas encomendas a artistas locais e nacionais e ainda seleccionou quatro novas peças musicais, através de concurso, realizado também pela primeira vez.

É realmente aquilo que nos diferencia neste Festival”, realçou.

A ambição do município é, através da Rede das Cidades Criativas da Unesco, a que Leiria pertence, “levar esta música fora de fronteiras”, como “forma de internacionalização”.

A apresentação do espectáculo A Maior Flor do Mundo, uma colaboração entre o Leirena Teatro e a cantora e compositora Surma, inspirada no conto com o mesmo nome, da autoria de José Saramago, abre o primeiro Festival Leiria Cidade Criativa da Música, a 16 de Novembro, no Teatro José Lúcio da Silva.

No dia 17, o Festival reúne a cantora Rita Maria com o septeto de jazz da Associação de Jazz de Leiria, no Teatro Miguel Franco.

Vão interpretar obras inspiradas em poemas de José Saramago encomendadas a compositores locais (César Cardoso, Pedro Nobre e Paulo Santo) e nacionais (Mário Laginha, Pedro Moreira e Bruno Santos), além de duas composições seleccionadas através de concurso, da autoria de João Capinha e Diogo Santos.

No último dia, 18 de Novembro, a programação é dedicada à música contemporânea e junta no palco do Teatro Miguel Franco o ensemble de sopros da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria, o maestro Nicholas Reed e a soprano Rita Marques.

O público vai ouvir obras de Anne Victorino de Almeida, Carlos Azevedo e Carlos Brito Dias (compositores de fora da região) e de Nuno Barradas, André Barros e João Santos (compositores da região).

O concurso seleccionou ainda música de Nélson Jesus e David Teixeira da Silva.