Economia

Internacionalização: juntos somos mais fortes

17 nov 2016 00:00

Está prevista a discussão sobre várias formas de cooperação e de coopetição e a apresentação de oportunidades, para trabalhar em conjunto, em quatro mercados externos

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Daniela Franco Sousa

Hoje, a partir das 9 horas, o edifício da Nerlei recebe a última sessão do Roadshow Portugal Global 2016, iniciativa da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) que arrancou em Leiria há dois anos e à qual o JORNAL DE LEIRIA se associa como parceiro.

A conferência com a qual o JORNAL DE LEIRIA assinala anualmente a publicação da revista 250 Maiores Empresas do Distrito de Leiria será desta vez integrada no Roadshow Portugal Global 2016. Sob a temática Diferentes Formas de Cooperação e Coopetição: Casos de Sucesso na Região de Leiria, o painel 250 Maiores Empresas do Distrito de Leiria contará com os testemunhos de João Faustino (Cefamol), Jorge Periquito (Frubaça), Carla Moreira (Home Living Ceramics) e António Poças (inCentea).

Entre outros assuntos abordados nesta última sessão do roadshow, estarão também em destaque quatro mercados (EUA, Irão, Colômbia e Reino Unido), cujas oportunidades serão apresentadas pelos respectivos directores da AICEP nestes países. São desafios a agarrar sobretudo por empresas portuguesas que compitam em sectores de alto valor acrescentado, às quais o JORNAL DE LEIRIA deixa desde já algumas informações e sugestões relevantes.

Reino Unido: exportações crescem apesar da incerteza
O Reino Unido é o quarto maior destino das exportações portuguesas de bens de mercadorias (cerca de 7% das exportações globais) e o segundo maior destino no que diz respeito a serviços (com um pouco mais de 15% do total global), salienta Rui Marques, director da AICEP para este mercado. Mesmo este ano, independentemente das incertezas que a decisão de saída da União Europeia acarreta, “as exportações entre Janeiro e Setembro cresceram 7.1%”, frisa o responsável.

Este crescimento “traduz de igual modo que as empresas portuguesas, e naturalmente algumas de Leiria também, não esmoreceram perante a incerteza política recente e têm sabido afirmar-se num mercado exigente e amadurecido como o do Reino Unido”.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram o crescimento das empresas desta região nesta economia. Se em 2011 as exportações das empresas do distrito de Leiria para este mercado alcançavam cerca de 76 milhões de euros, em 2015 chegaram aos 126 milhões. Deixaram de pesar 4,98% no total de exportações do distrito, para representar 6,45%.

Rui Marques tem uma justificação: “a crescente desindustrialização da economia britânica tem continuado a abrir novas oportunidades em termos de diversos sectores de actividade, particularmente na área de bens de consumo como as utilidades domésticas e cerâmicas, o mobiliário, o design, a cutelaria, mas também o vestuário, os têxteis-lar e o calçado”.

Acresce ainda uma nova tendência, verifica Rui Marques, que é “a afirmação de uma maior diversificação da oferta portuguesa por parte de outros sectores não tradicionais, com mais valor acrescentado e conteúdos inovadores”. São várias as empresas de tecnologia e software que têm aberto unidades de representação em Londres, a par de empresas de consultoria e engenharia de projecto, salienta o responsável.

E têm sido muitas as empresas de Leiria que, para chegar até este mercado, têm optado pela cooperação. Também temos a registar que tem havido várias missões empresariais da região de Leiria que têm sido bem sucedidas. “No Pavilhão Nacional na London Design Fair, na TENT London, que a AICEP coordenou em Setembro de 2016, houve várias empresas da região de Leiria presentes, com contributos muito importantes, na área do mobiliário, do design e da iluminação”, recorda Rui Marques.

É certo que, a curto prazo, “uma das maiores novas dificuldades deste mercado traduz-se no momento de incerteza sobre as consequências do Brexit no ambiente de importação de produtos estrangeiros para o Reino Unido”, reconhece o director da AICEP. “Sendo ainda cedo para perceber o tipo de Brexit que irá ser negociado, a postura empresarial que recomendamos é de cautela, mas de total pro-actividade na manutenção e conquista de quota de mercado”, frisa o responsável, notando que, a nível macroeconómico, os indicadores de crescimento são positivos: “os primeiros resultados estatísticos após o referendo que decidiu o Brexit apontam para um crescimento do PIB de 2.3%, apesar de a libra ter desvalorizado quase 15% neste período, o que indicia uma redução do poder de compra de produtos importados, que a seu tempo poderá significar um ajustamento de preços em alta”.

Colômbia: uma das economias mais dinâmicas da América Latina
Embora sejam ainda pouco expressivas as exportações do distrito de Leiria rumo à Colômbia, Paulo Borges, director da AICEP para aquela economia, nota que Portugal é já o 7.º país que mais investe na cidade de Bogotá (cerca de 574 milhões de euros nos últimos cinco anos). E salienta que este é também um dos mercados mais promissores.

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