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Gárgulas de José Aurélio na Torre do Tombo estão agora fixadas em livro

22 dez 2025 14:35

Investigadores do Politécnico de Leiria lançam obra que documenta a execução e instalação de oito peças criadas pelo escultor natural de Alcobaça

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Momento da apresentação em Lisboa com o autor ao centro
Politécnico de Leiria

São oito gárgulas criadas para concluir o sistema de drenagem das águas pluviais da Torre do Tombo, explica a nota divulgada pelo Politécnico de Leiria. Assumiram também um papel simbólico, quebrando a rigidez do edifício. Esculpidas directamente em calcário moca de Porto de Mós, cada uma tem dimensões de 2 x 2 x 2 metros e pesa cerca de 18 toneladas.

Com base em materiais de arquivo e entrevistas com pessoas envolvidas no processo, incluindo o autor das esculturas, José Aurélio, o livro agora lançado pelo Politécnico acompanha o percurso da obra artística, entre 1987 e 1990, desde a sua concepção até à sua realização, bem como os diferentes modos de apropriação que gerou.

Constituem uma das obras referenciais da longa carreira do artista plástico alcobacense José Aurélio”, adianta o comunidado sobre a investigação conduzida pelo LiDA - Laboratório de Investigação em Design e Artes, do Politécnico de Leiria.

Badames, Ponteiros e Bujardas: As Gárgulas da Torre do Tombo é o primeiro livro lançado pelo LiDA em colaboração com uma editora, que permite levar às livrarias os resultados da investigação, tendo sido apresentado no dia 18 de Dezembro, em Lisboa.

Iniciado em 2021 pelo professor João Bonifácio Serra – falecido em 2023 –, o livro foi agora finalizado, “graças ao desejo dos vários intervenientes no projecto e do artista José Aurélio em torná-lo realidade”.

Criando um diálogo com os textos dos vários autores que participam no livro, é apresentado um registo fotográfico que documenta a execução e instalação das gárgulas no edifício da Torre do Tombo. Através deste registo visual é possível perceber as técnicas e ferramentas utilizadas na concretização da obra, algumas das quais criadas pelo próprio artista, permitindo compreender não só os conhecimentos técnicos, mas também o contexto em que as gárgulas foram criadas, tanto na pedreira, como no estúdio do artista ou durante a sua instalação no edifício”, pode ler-se na nota de divulgação.