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Estão na rua os Postais de Leiria

3 fev 2021 11:17

Um projeto do Festival A Porta e do Café Central com o apoio do Jornal de Leiria

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Viriato Relvas (1937-2020)
Ricardo Graça

Insistir. Resistir. Existir”. O manifesto do festival A Porta, divulgado na última segunda-feira, promete várias acções, activações e projectos a concretizar em 2021. E o primeiro já é conhecido: #postaisdeleiria, uma iniciativa do Festival A Porta e do Café Central.

Todos os dias, entre 3 e 10 de Fevereiro, há um postal gratuito para os clientes do take-away ou do serviço de entregas da livraria Arquivo, da pastelaria Luziclara e dos restaurantes Manjerona, Ao Largo e Monte Carlo (Salvador).

A colecção, que resgata a memória colectiva para reconstruir pontes na comunidade, tem nove postais e o último sai dia 11 de Fevereiro com o JORNAL DE LEIRIA.

Os postais andarão pelo centro histórico, em trânsito de partilhas, prontos para serem escritos e enviados, recebidos e lidos, e posteriormente, guardados no museu pessoal de memória colectiva que cada um de nós guarda da cidade.

O projecto é uma homenagem a pessoas que habitam ou habitaram o centro histórico de Leiria e que são retratadas nos postais: o Manel dos Filipes, o Sr. Ferreira (da Mercearia Ferreira), o Sr. António (das bicicletas), o Sr. Viriato (sapateiro), a Avó Margarida (do Salvador), a Dona Maria (das castanhas), o Sr. Augusto (dos jornais), a Dona Felismina (da cestaria Fonseca) e o Sr. Leonardo (do salão Paris).

Com a colecção, chega o apelo: a partilha de mensagens inadiáveis e de histórias sobre a cidade e sobre as pessoas que a marcam, e nos marcam, através da hashtag #postaisdeleiria. 

O primeiro Postal de Leiria (imagem no início do artigo) é distribuído hoje e é dedicado a Viriato Relvas (1937-2020), com o seguinte texto: "Sapateiro antes da primeira imagem de televisão em Portugal, com o Sporting a conquistar campeonatos a toque de violino e Vasco Santana a resistir na tela do cinema. Viriato Relvas eterno no tempo do calçado para a vida, esculpido por mãos nobres e olhar diligente. Ajudante, depois patrão, na oficina da Rua do Beirão, remendos e agulhas de coser, solas de couro e sapatos de verniz. De aprendiz a mestre, de adolescente no ofício a figura do centro histórico".