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Casa Varela: primeiro ano contribuiu para "avanço cultural" de Pombal, diz o director artístico Filipe Eusébio

1 nov 2021 16:20

Cerca de 50 criadores de diferentes áreas artísticas desenvolveram trabalhos no edifício histórico adaptado para acolher residências, exposições, performances e outras actividades culturais

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Filipe Eusébio satisfeito com o primeiro ano da Casa Varela
Jacinto Silva Duro
Redacção/Agência Lusa

Um ano de actividade do centro de experimentação artística Casa Varela contribuiu para o “avanço cultural” de Pombal, no distrito de Leiria, mesmo em contexto de pandemia, considera o diretor artístico, Filipe Eusébio.

Cerca de 50 criadores de diferentes áreas artísticas desenvolveram trabalhos no edifício histórico adaptado para acolher residências, exposições, performances e outras actividades culturais.

Num ano, desde Novembro de 2020, um total de 23 projectos de música, circo contemporâneo, artes plásticas, pintura e media art nasceram na Casa Varela, com a particularidade de mais de metade terem sido assinados por artistas de Pombal.

“Tendo em mente as condições pandémicas, este foi quase um ano zero para a Casa Varela. No entanto, estamos felizes, porque já conseguimos realizar 23 projectos diferenciados, dos quais 16 foram realizados por criadores pombalenses”, realça Filipe Eusébio.

Um dos objectivos do centro de experimentação criado pelo município é, precisamente, “potenciar o dinamismo que já existia” em Pombal, o que, com o contributo do novo espaço, se verifica “cada vez mais”.

“Muitas vezes, como acontece noutras cidades de média dimensão, existe necessidade de [os artistas] saírem para outras cidades. O que tentamos fazer é motivar os criadores com origens em Pombal a desenvolverem trabalho na sua cidade. E conseguimos que isso acontecesse”, frisa.

A experimentação é encarada na Casa Varela “não no sentido de experimentalismo”, mas na lógica de “contribuir para o aumento da experiência dos artistas”, proporcionando condições e liberdade criativa, esclarece o director artístico, que faz um balanço positivo da atividade também na relação com o público:

“Poder-se-ia dizer que esta era a pior altura para abrir um equipamento destes, mas estamos satisfeitos com a reacção do público. Temos tido um crescimento gradual, passo a passo”.

Neste primeiro ano de actividade, em Pombal, surgiram “projectos complementares à programação regular”.

“Isso muito nos satisfaz, porque é um espaço que queremos preencher. Por outro lado, um dos nossos objectivos é podermos contribuir para o avanço cultural do nosso concelho”, vinca o director, admitindo que ainda há muito por fazer em Pombal. Afinal, num concelho com pouco mais de 50 mil habitantes, “não há uma companhia de teatro profissional ou um escultor” e é difícil garantir o sustento das artes.

“Há muitos entusiastas, mas, como noutros lados, é difícil as pessoas trabalharem profissionalmente nas artes. O número [que o consegue fazer] é muito reduzido”, conclui Filipe Eusébio.

Em Novembro, a Casa Varela apresenta as exposições Metamorfoses, de Carlos Calika, Vistas para cases, de João do Vale e João Costa Gonçalves, os concertos de Salomé (dia 5), Fio-Manta (dia 6), Tiago Sarrafado, Arrumador de heterónimos, de João Costa Gonçalves (dia 13), e a performance é.ter|è|ter (dia 28). Em paralelo, decorrem residências artísticas de Gabriela Coughlan, Lídia Carrola (ambas de pintura) e Roberto Caetano (instalação em impressão 3D).