Sociedade

Carlos Poço avança com auditoria às contas da Misericórdia de Leiria

9 jan 2016 00:00

Provedor toma posse e promete “novo ciclo” na instituição

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Maria Anabela Silva

A Misericórdia de Leiria vai ser alvo de uma auditoria. O anúncio foi feito pelo novo provedor, Carlos Poço, durante a tomada de posse dos órgãos sociais, que teve lugar na passada terça-feira, depois de o bispo de Leiria-Fátima ter homologado os resultados das eleições de 12 de Dezembro.

D. António Marto não deu, assim, provimento ao recurso interposto pela lista adversária, liderada por Fernando Lopes, que alegava irregularidades no acto eleitoral e pedia a nomeação de uma comissão administrativa.

“Após consultar alguns juristas, o bispo diocesano entendeu que o acto eleitoral, segundo a acta do mesmo, decorreu de modo normal, sem que as alegadas irregularidades tivessem constituído motivo de reparo e impedido a aceitação dos termos em que ela foi elaborada”, esclarece o gabinete de D. António Marto.

Durante o seu discurso, Carlos Poço explicou que a auditoria, a fazer por uma entidade independente, pretende apurar a real situação das contas da Misericórdia. “Esta Mesa sabe perfeitamente que herdou um fardo pesado.Pois bem: antes de o pôr às costas e de cumprir, um por um, os objectivos com que se comprometeu, tem que saber qual é o peso exacto desse fardo e quais são os seus verdadeiros contornos”, afirmou, repetindo as críticas que tinha feito durante o período eleitoral à “má gestão” do anterior provedor.

O novo líder da instituição disse que tem vindo a encontrar “mais buracos da responsabilidade da liderança que agora cessa funções”, dando como exemplo a suspensão dos pagamentos à banca, “feita em 2012 pelo anterior provedor, sem disso ter informado os restantes membros da Mesa Administrativa”.

Segundo Carlos Poço, essa decisão “levou a que os spreads inicialmente negociados de 0,6% tenham saltado em 2014, quando o serviço da dívida foi renegociado, para 2%”. Um aumento que, segundo o novo provedor, “retira à Misericórdia, durante a vigência destes empréstimos, um milhão de euros”.

“Como esse, houve muitos, o que fez com que a Misericórdia de Leiria tenha acumulado nos últimos dez anos mais de três milhões de euros de prejuízos”, acrescentou Carlos Poço.

Todas essas críticas foram ouvidas por Fernando Lopes, sentado na primeira fila do auditório da Casa Sanches, onde decorreu a tomada de posse. No final da sessão, o anterior provedor foi o primeiro a abandonar a sala, não tendo sido possível obter uma reacção sua ao discurso de Carlos Poço.

Também fracassaram as várias tentativas de contacto telefónico feitas até ao fecho da edição.

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