Economia

Aposta na utilização dos telhados das cidades para a colocação de painéis solares. Rewatt estuda criação de comunidades energéticas urbanas

2 dez 2023 14:00

Preço do kWh é, em média, nos fornecedores convencionais de cerca de 18 cêntimos, enquanto na comunidade de energia será cerca de metade deste valor

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Região poderá vir a ter as primeiras comunidades energéticas urbanas a nível nacional
Fotografia: Freepik
Jacinto Silva Duro

A Rewatt anunciou no sábado, no Hotel Eurosol, em Leiria, que está a implementar “projectos pioneiros em Portugal de construção, desenvolvimento e gestão de comunidades de energia renovável” sem a necessidade de qualquer investimento pelos participantes.

Se não forem as primeiras, certamente, pelas contas da empresa especializada na introdução de energias renováveis em ambientes empresariais e privados serão das primeiras no País a serem instaladas nos telhados de cidades.

O encontro em Leiria serviu para tirar dúvidas aos condóminos e representantes de condomínios da Himagold, empresa que gere mais de 130 condomínios na Batalha, Leiria, Mira de Aire e Porto de Mós e que é a parceira da Rewatt.

Serviu ainda para apresentar as potencialidades e vantagens que estes sistemas podem trazer, quer para a valorização do edificado, como para os condóminos destes imóveis ou que se situem na vizinhança permitindo além de poupanças, a participação “transição energética e descarbonização das cidades”. 

O processo, segundo Marina Evangelista, da Himagold, está na fase de discussão e de aprovação nas sessões de assembleias de condóminos, órgão que terá de dar o seu aval antes de os painéis solares começarem a ser instalados nas coberturas dos imóveis.

“Não é obrigatória a participação de todos os moradores numa comunidade, mas é necessário que a sua criação seja aprovada na assembleia de condóminos”, explica a responsável, que adianta que a Rewatt realizou estudos prévios que permitem mostrar o potencial de poupança na conta da electricidade a cada um dos participantes, tendo em conta a exposição solar, número de painéis e área para a instalação.

Com um investimento em equipamentos, manutenção e gestão totalmente suportado pela empresa de soluções de energia fotovoltaica, a operação das zonas comuns dos condomínios pode ser beneficiada com a instalação dos painéis, uma vez que a electricidade para iluminação de escadas e áreas comunitárias, bombas, portões de garagem e elevadores, entre outros usos, passará a ser assegurada, durante o dia pela auto-produção.

Segundo explicações da Rewatt, o preço do kWh é, em média, nos fornecedores convencionais de cerca de 18 cêntimos, enquanto na comunidade de energia será cerca de metade deste valor.

“Os condóminos também podem aderir como membros consumidores da comunidade, usufruindo de energia renovável a preços acessíveis com impacto na redução da factura energética no final do mês”, refere Marina Evangelista, que fundou a Himagold em 2007.

“A condição indispensável para colocar em prática a criação da comunidade é a existência de uma área que permita instalar os painéis solares e exposição solar.”

A produção que não for consumida pelos membros da comunidade não se perde, e será injectada e vendida aos operadores energéticos.

“Com esta parceria com a Rewatt queremos promover condomínios mais verdes. Somos o elo que liga a empresa de energia e os condóminos”, explica a responsável pela Himagold.