Entrevista

Carlos Silva: “Temos falta de cultura de segurança”

2 mar 2023 10:00

Comandante sub-regional de Emergência e Protecção Civil do Oeste desde o início deste ano, considera que a nova orgânica vai aproximar mais o socorro e torná-lo mais eficaz. Defende a inclusão da protecção civil na escola

Carlos Silva
Ricardo Graça

Os comandos sub-regionais de Emergência e Protecção Civil foram criados no início deste ano. Quais as vantagens desta nova orgânica?
A maior vantagem tem a ver com a proximidade. Anteriormente havia 18 distritos. Agora são 24 sub-regiões, logo existe uma maior proximidade dos comandos sub-regionais aos corpos de bombeiros e aos serviços municipais de Protecção Civil. Na nossa reestruturação temos seis municípios de Leiria, seis municípios de Lisboa e 16 corpos de bombeiros. Não é uma estrutura pequena, mas também não é muito grande e dá para aperfeiçoar questões operacionais e administrativas e tentar uniformizar procedimentos, no que diz respeito à resposta. Temos uma população acima dos 360 mil residentes. No entanto, sabemos que o Oeste, felizmente, atrai muita gente, nomeadamente pelos eventos que faz e pelos 110 quilómetros de costa. Em determinadas alturas do ano duplicamos ou triplicamos esse número, o que aumenta a importância na preparação do socorro.

Como será a articulação a nível distrital?
Não há diferença a nível operacional, porque a articulação vai-se manter. Por exemplo, numa ocorrência de pequenas dimensões na Marinha Grande, Pataias, que é o corpo de bombeiros mais próximo, irá sempre actuar, seja a nosso pedido, seja a pedido de Leiria. A diferença está apenas na mobilização de meios e reporte de pontos de situação, que para os corpos de bombeiros do Oeste, passou a ser feito para o Comando Sub-Regional do Oeste e não para Lisboa ou Leiria. Em ocorrências de maior dimensão, acreditamos que a sub-região do Oeste vai ser muito mais exportadora de ajuda do que importadora. Nos incêndios rurais, a maior preocupação do distrito de Leiria estava a norte e o braço armado eram estes corpos de bombeiros do Oeste. Vão continuar a sê-lo, com a vantagem de ainda estarmos reforçados com os corpos de bombeiros de Lisboa. A subsidiariedade entre os corpos de bombeiros e o Sistema de Emergência e Protecção Civil vai- -se manter sempre, independentemente da configuração. Importante é garantir que o socorro chega o mais rápido possível e devidamente coordenado. Nesse aspecto, acabamos por dar uma resposta mais eficaz, tendo em conta as infra-estruturas de ligação entre os 12 municípios do Oeste.

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